A gente se tromba por aí

Acabou, mais uma vez. Só que agora de forma mais definitiva do que da última e de um jeito mais maduro do que todas as outras. Dessa vez eu avisei e disse tchau, porque eu sempre odiei coisas mal terminadas ou só meio esclarecidas, eu nunca curti situações deixadas em aberto. Dessa vez eu saí e fechei a porta, mesmo parecendo que só eu ainda estivesse dentro disso. E provavelmente estava.

Ainda assim, decidi sair e deixar todos os sentimentos que criei com você e alguns outros que eu ainda alimentava sozinha. Escolhi começar um novo ano sem as velhas expectativas e aposentando tudo o que foi perdendo a validade depois que te conheci.

Eu penso em você sim, porque ainda não inventaram nenhum método que faça esquecer o passado sem perder a memória. Porque ainda não vivi nada tão grande quanto o que tivemos pra sentir quando eu bebo e o subconsciente vem à tona. Porque eu ainda precisava escrever sobre isso pra libertar a minha criatividade interrompida pelo aperto que de vez em quando ainda aparecia. Porque, querendo ou não, você foi o primeiro amor da pessoa que eu realmente sou.

Só que eu descobri que mereço mais de alguém que consiga retribuir tudo o que eu tenho pra compartilhar. Alguém que ainda não existe, mas que eu sei que hora ou outra eu vou esbarrar. E mesmo sabendo que tudo o que tivemos pode atrapalhar na minha entrega, eu ainda vou querer.

Aprendi a deixar a porta aberta e as pessoas livres, a amar sem deixar ou esquecer todas as outras coisas e pessoas que eu também amo. A ser confiante, ainda que não seja como eu quero. A respeitar quem eu sou acima de tudo e não permitir que ninguém passe por cima disso. 

Aprendi que amores podem durar uma vida toda, mas que um relacionamento só sobrevive por atitudes que vão além do sentimento. E que a gente precisa se amar o suficiente pra deixar ir quando for a hora.

Eu não preciso do seu número, das suas curtidas ou esbarrar vez ou outra com a sua foto de perfil nas redes sociais pra saber que a vida vai te dar tudo o que você sempre sonhou e lutou pra ser e ter. Eu não preciso ter clarividência pra ver que um dia você vai encontrar todo o poder que existe dentro de você e que sempre teve dificuldade para enxergar. Dificilmente eu vou voltar atrás com a minha decisão, mas eu sei que se um dia a vida quiser ela ainda faz a gente se trombar por aí.

Nayara Caroline Rosolen

Deixe um comentário

Blog no WordPress.com.

Acima ↑